Como a hipertensão e o diabetes danificam os rins

Pacientes com diabetes e hipertensão arterial (pressão alta) têm mais chance de desenvolver doença renal crônica e precisar de hemodiálise, o que demanda maior cuidado e atenção com o tratamento e o controle dos níveis de glicemia (açúcar no sangue) e pressão.1,5

 

A hipertensão arterial e o diabetes são duas condições de saúde extremamente comuns entre a população brasileira e, na maior parte das vezes, não causam sintomas, o que dificulta a adesão ao tratamento e a prevenção de suas complicações. Ou seja, por serem doenças “silenciosas”, é comum que o paciente demore para ser diagnosticado ou não faça o tratamento corretamente, de tal forma que tanto a doença renal quanto outras complicações só serão descobertas em estágios avançados.2

O que é e quais os sintomas de hipertensão arterial?

A hipertensão arterial sistêmica – também conhecida como pressão alta – é uma doença crônica caracterizada pelo aumento da pressão sanguínea, uma condição que pode causar problemas em diversos órgãos, como o cérebro, o coração, os nervos, os rins e os vasos sanguíneos.2 No Brasil, estima-se que a hipertensão afete mais de 50% das pessoas entre 60 anos e 69 anos e 75% daquelas acima dos 70 anos.2 Porém, embora seja altamente prevalente, essa é uma doença assintomática, ou seja, que não causa sintomas, principalmente nos estágios iniciais, o que a torna especialmente perigosa. Afinal, quando os sintomas de hipertensão arterial finalmente surgem, significa que os danos aos órgãos previamente citados provavelmente já são irreversíveis.2

 

Por isso, é importante que todas as pessoas com fator de risco positivo para hipertensão arterial sejam rastreadas em todas as consultas médicas por meio da simples aferição da pressão arterial, realizada pelo médico ou pela equipe de enfermagem. Caso a primeira medida seja elevada, uma segunda medição deve ser feita no mesmo dia para confirmar o diagnóstico.3

Como a hipertensão e o diabetes afetam os rins?

Ao longo dos anos, a hipertensão arterial crônica não tratada ou não controlada exerce uma pressão excessiva sobre a vasculatura dos rins, danificando aos poucos os menores vasos e os glomérulos, estruturas responsáveis pela filtragem do sangue. Esse processo diminui a capacidade de filtragem dos rins e, consequentemente, de produzir urina.4

 

Além disso, o diabetes é uma das principais causas de doença renal crônica em todo o mundo, sendo também o principal motivo pelo qual os pacientes precisam ser submetidos à hemodiálise.4

 

Considerando que pacientes com hipertensão e diabetes têm mais chance de desenvolver doença renal, o Ministério da Saúde reforça a necessidade de diagnosticar e tratar essas doenças o mais breve possível.5

Fatores que aceleram a doença renal do diabetes

Segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), os principais fatores de risco que colaboram para o desenvolvimento e a progressão da doença renal do diabetes são:4

 

  • glicemia descontrolada; 
  • hipertensão arterial; 
  • tabagismo; 
  • obesidade; 
  • colesterol alto; 
  • alimentação inadequada; 
  • sedentarismo.

 

Ou seja, adotar um estilo de vida saudável, com uma dieta balanceada e atividade física, além de ter um acompanhamento médico regular, são formas de proteger a saúde dos rins e evitar complicações graves em longo prazo, como a doença renal do diabetes e outras.4

Como controlar a hipertensão no paciente diabético

Como visto anteriormente, a hipertensão arterial descontrolada é um dos principais fatores que aceleram a progressão da doença renal do diabetes. A Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) considera que o controle da pressão arterial em pacientes com diabetes já é naturalmente mais difícil, o que demanda cuidados especiais com as duas doenças.2

 

Neste sentido, a SBD reforça a importância de que todos esses pacientes incorporem as mudanças de estilo de vida e tratem a hipertensão com as medicações propostas pelo médico, mesmo quando não sentirem qualquer sintoma.6 Além disso, em todas as consultas de um paciente com diabetes, o médico deve aferir a pressão arterial para avaliar a necessidade de nova medida terapêutica, orientar o paciente e prevenir os danos renais.5

 

Com relação aos medicamentos, a SBD recomenda que, a depender dos níveis de pressão arterial do paciente com hipertensão e diabetes, o tratamento seja feito com pelo menos dois remédios diferentes, o que deixa bastante clara a importância de controlar a pressão para evitar a doença renal do diabetes e outras complicações.6

 

Por fim, vale ressaltar que muitos pacientes hipertensos iniciam o tratamento prescrito, mas suspendem o uso dos medicamentos por conta própria ao verem que a pressão normalizou por alguns dias. Porém, esse é justamente o objetivo do tratamento para hipertensão, que deve ser continuado e acompanhado regularmente pelo médico para evitar que a pressão volte a subir e danifique os rins.6

Para lembrar

  • A hipertensão arterial e o diabetes são duas doenças que individualmente podem causar danos irreversíveis aos rins e a outros órgãos.
  • Quando combinadas e descontroladas, elas aumentam as chances de o paciente desenvolver doença renal e precisar de tratamentos mais invasivos, como a hemodiálise.
  • A melhor forma de evitar e diagnosticar precocemente a doença renal é através da adoção de um estilo de vida saudável e do uso correto dos medicamentos prescritos.
  • É igualmente importante manter um acompanhamento médico periódico, pois é através de exames simples e rotineiros – como de urina e hemograma – e de uma consulta bastante detalhada que se identifica alterações na função renal.
  • Fique atento! Redução na frequência urinária, alteração da cor e espuma no xixi são alertas de que algo está errado.

 

Leia também: Entenda como o diabetes gera complicações vasculares

Referências:

  1. Brasil. Ministério da Saúde. Saúde de A a Z. Doenças renais crônicas [internet]. Acesso em 06 de junho de 2024.  

  2. Barroso WKS, Rodrigues CIS, Bortolotto LA, et al. Diretrizes brasileiras de hipertensão arterial – 2020. Arq Bras Cardiol. 2021;116(3):516-658 

  3. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Estratégias para o cuidado da pessoa com doença crônica: hipertensão arterial sistêmica [Internet]. 2014. Acesso em 29 de abril de 2024. 

  4. ‌Sá JR, Canani LH, Rangel EB, et al. Doença renal do diabetes. Diretriz da Sociedade Brasileira de Diabetes Edição 2023. Acesso em 25 de abril de 2024.  

  5. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Estratégias para o cuidado da pessoa com doença crônica: diabetes mellitus [Internet]. 2013. Acesso em 29 de abril de 2024.  

  6. Izar MCO, Fonseca FAH, Faludi AA, et al. Manejo da hipertensão arterial no diabetes. Diretriz da Sociedade Brasileira de Diabetes Edição 2023. Acesso em 29 de abril de 2024.

 

Este material é de natureza informativa e não substitui a avaliação médica individualizada.

PP-UN-CAR-BR-0174-1 JUNHO 2024

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